‘Lembre-se que você
morrerá um dia’.
Nome: Death Parade.
Episódios:
- Death Billiards: 1 episódio OVA - 2013;
- Death Parade: Série de 12 episódios – 2015.
Estúdio: Madhouse
(Death Note, Claymore, Tokyo Godfathers, Paprika).
Gênero: Sobrenatural,
drama, psicológico.
Origem: Obra
original de Yuzuru Tachikawa, com seu OVA lançado pelo concurso Anime Mirai
2013.
Openning: https://www.youtube.com/watch?v=UjjTMNDZi-A.
‘Tin’ (Som de um
elevador chegando em seu andar de destino). O elevador se abre e alguém,
aparentemente sem memória, é deixado em um lugar luxuoso, recebido por uma bela
atendente, que leva esta pessoa a um bar, chamado Queendecim.
Lá, esta pessoa encontra uma outra e um Barman, Decim, que se apresenta e junto de sua assistente, explica a atual situação das pessoas ali presente com 5 afirmações. Dentre elas, que eles não poderão sair dali até terminarem um jogo... jogo este que irão apostar suas vidas.
Lá, esta pessoa encontra uma outra e um Barman, Decim, que se apresenta e junto de sua assistente, explica a atual situação das pessoas ali presente com 5 afirmações. Dentre elas, que eles não poderão sair dali até terminarem um jogo... jogo este que irão apostar suas vidas.
[PRA QUEM NÃO VIU NEM O OVA, SPOILERS ABAIXO! Pule até a
indicação abaixo].
Então, estas duas pessoas terão que
jogar um jogo (escolhido aleatoriamente) e na medida que o jogam, não só irão
recuperar aos poucos suas memórias, como também se lembrarão do fato que já estão
mortas, sendo então este jogo seu julgamento, realizado pelo juiz, o próprio
Barman Decim. Assim, no jogo são criadas diversas circunstancias para fazer com
que a ‘escuridão das almas’ dos jogadores se revelem, e somando isso, elas irão
se deparar com suas lembranças e mortes, sendo aqui suas atitudes que irão
definir se elas irão para o Vazio ou para a Reencarnação.
[FIM DOS SPOILERS].
Bem, esta é a premissa apresentada
no OVA de 2013, um dos vencedores do concurso
Anime Mirai (que a grosso modo é uma competição onde grandes estúdios de
animação dão oportunidades para novos artistas apresentarem suas obras). Somada
esta premissa e a qualidade impecável, este OVA foi aclamado pela crítica e já fazendo muitos fãs que esperavam
ansiosos por uma série, que se passou agora em 2015, com o nome Death Parade.
Grandes expectativas aqui.
Mas afinal, como Death Parade se saiu?
Inesperada e surpreendente, a
princípio. Mesmo seguindo na linha do OVA, o universo do anime é expandido e
muito mais bem elaborado na nova série. Ora, se tivéssemos somente julgamentos
em todo santo episódio, uma hora este anime iria cansar.
Mas não. Death Parade agora irá
mostrar os dois lados, não só os dos novos jogos e novas pessoas, mas também
novos personagens que conduzem os julgamentos, os bastidores por assim dizer.
Assim, o anime se desenvolve, seguindo sempre duas linhas paralelas:
Por um lado, as pessoas que irão jogar o jogo e seus respectivos julgamentos:
suas memórias, suas escolhas, como elas optaram por viver suas vidas. Aqui,
somos apresentados de histórias intrigantes, envolventes, ora tensas, ora
acalentadoras, nos dando um show de
humanidade, ao nos levar de encontro com personagens de fato humanos, com
qualidades e defeitos.
Além disso, que belo trabalho do roteiro, ao desenvolver
estas histórias de modo tão ‘conectador’, onde o expectador se percebe diversas
vezes diante de situações impactantes, forçando-o a pensar ‘o que eu faria no lugar de tal pessoa?’. Aqui, não me sentia tão
instigado com histórias de personagens desde a primeira vez que assisti
Mushishi. Que belo trabalho em nos mostrar as diversas faces que um ser humano
pode ter.
Ah, suicídio, estupros, violência,
traição, assassinatos... Death Parede pega
em temas que doem, fique avisado.
E em paralelo, os bastidores dos juízes... e aqui, tão gratificante também.
Neste momento, somos inseridos por uma gama de novos personagens exóticos,
que se revelam aos poucos, mas que nos apaixonam quase que de imediato. Seja
por Ginti e seu desprezo pelos
humanos, seja pela Queen e seu (bom)
gosto por bebidas e bom humor, ou por Nona
(Diva!), que não só é autoridade neste ‘universo’, como parece planejar algo
grande.
Mas de tantos personagens (que
poderíamos rasgar elogios por horas por horas), vou me deter a mencionar a
fundo dois: Decim e sua Assistente/Kurokami.
Que interação deliciosa é a destes dois. Ambos cobertos de mistérios, eles se
completam em suas personalidades: A Assistente
em trazer o impulsivo, o afeto humano, influenciando Decim em suas decisões. E nosso gentil Barman, que apesar de sua
frieza e inexpressividade, revela-se um juiz com diversas dúvidas e indagações,
sobre o que é viver, morrer, e como julgar algo assim corretamente.
Com um desenvolvimento de enredo
brilhante, DP segue regando estas duas linhas de modo interessante e
surpreendente, que apesar de sua estrutura, se reinventa em todo santo episódio, jamais ficando boring ou
cansativo. Ele dosa perfeitamente o mistério, o humor, o drama, e vai nos dando
diversas pontas soltas, incrivelmente unidas no final.
Vamos dar nomes e devidos méritos
aqui: Senhores do Estúdio Madhouse, well done gentleman, well done. O nome do
estúdio não é a toa. Loucos! Que loucura ver o tamanho cuidado e capricho com esta obra!
Perdi a conta de em quantos
momentos fiquei absurdado com a qualidade técnica presente aqui: nos
candelabros do Queendecin, nas expressões dos personagens, nos jogos, no
trabalho perfeito dos seiyuus, nos manequins, na ‘sinuca de universo’,no som
das fios de Decim. E trilha sonora, casando perfeitamente com a arte, tanto no
blues de cabaré, quanto nos momentos de piano ou cello em solo. Tudo isso unido
de modo tão sacado, passando a mensagem exata que o anime deseja, seja nas
memórias dos personagens, seja na metafórica
história de Chavvot, seja naquela
opening sensacional (que apesar do
drama do anime, expressa exatamente o que tudo isso é na visão do juízes, um
simples trabalho, como que uma mera repartição pública), seja ao nos deslumbrar
com a provável apresentação de dança do
gelo mais bela que eu já vi (que impecável foi, ver uma personagem tão
apaixonante com Chiyuki sendo representada ali, sem palavras, somente com sua
dança e memórias... belíssimo).
Por tudo isso, com o passar dos
episódios, você pode até não se lembrar como chegou ali, mas ali você esta
preso e de lá você não sai. Não sai até ver esta obra prima até seu final,
ansioso, implicado com os personagens, deslumbrado pela qualidade, e (sem
perceber) instigado a refletir sempre sobre sua própria vida.
E por fim, temos o temor de quase
todo fã de uma grande obra: o medo de um final de brochante.
O que podemos dizer sem dar
spoilers? Dizemos que Death Parade dá
uma aula de como deve ser um final de anime. Ele simplesmente é
recompensador, fechando uma obra deste calibre de modo digno, dando um perfeito
‘serviço para fãs’, seja pela trilha sonora, seja pelo desfecho do enredo, seja
pela mensagem. Emocionante (tirando lágrimas dos menos precavidos), sem ser
exagerado ou piegas.
Quem deve assistir este anime:
Os atrevidos. Aqueles que se
atrevem a buscar em um anime, algo a
mais.
Death Parade é (exatamente aquilo
que eu procuro em animes e um dos motivos de eu moderar este projeto) para
aqueles que buscam mais que um simples hobbie ou passa-tempo. Ele é para
aqueles que anseiam por histórias que os afetem, que os façam entrar em contato
com sensações raras, para aqueles que estão abertos a refletirem sobre sua
própria vida.
RESUMO PARA OS PREGUIÇOSOS:
Não há adjetivo que consiga definir este anime.
Estúdio Madhouse, obrigado. Obrigado
por presentear o mundo Otaku com este masterpeace.
Obrigado a Yuzuru Tachikawa por criar uma obra que me fez sentir assim novamente, que a
tanto tempo não me sentia.
Com qualidade técnica impecável,
Death Parade traz muito mais o que promete em seu OVA. Ele te leva com seus personagens
incríveis e com seu enredo singular, a um universo tenso, intenso, cheio de mistério
por um lado, cheio de vida por outro, além de te levar a entrar em contato com tudo
o que a vida representa.
De modo que flerta com a perfeição, Death Parede é, simplesmente, incrível.
Grande candidato a melhor anime do
ano, Selo Enciclopédia Anime de qualidade (sim, eu acabei de criar isso, mas
ele merece), DP entra pra minha seleta categoria de ‘meus animes preferidos’, sendo uma das melhores obras que já tive o prazer de ver e recomendar.
Obra que se atreve a te instigar, a
refletir, a olhar para si, te incentivando (e aqui a mensagem) a viver sua vida completamente.
Dito isso (com um sorriso no rosto,
por fim), desejo que você tenha uma boa
viagem.
Tin.
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